Cambridge Analytica
A aplicação do sistema Cambridge Analytica foi baseada em algoritmos de “Cluster Analysis” já usados há anos pela IA(Inteligência artificial), principalmente no foco de segmentação de clientes por hábitos de compras e preferências. A Universidade de Cambridge não confirma a derivação do produto aplicado nas análises do Partido Republicano(vencedor), mas oferece , no seu site, um link para que você a experimente no seu perfil. O repórter do Newsweek autorizou a análise do seu perfil de FB e eu também fui experimentar. A ideia é entender as pessoas, baseadas nos seus dados no FB, procurando as tendências psicológicas descritas no acrônimo OCEAN: Openness(abertura), Conscientiousness (consciência), Extraversion(extroversão), Agreableness(concordância) e Neuroticism(instabilidade emocional ). Antes de analisar o “OCEAN” do eleitorado, a equipe de Trump teria enriquecido o Banco de dados de 220 milhões de americanos com informações de registros de votação, registro de propriedade de armas, histórias de compras por cartões de créditos, além de outros trazidos de fontes monolíticas de dados como Experian(no Brasil, Serasa-Experian),Data Logix(grande rastreadora de hábitos de consumo, hoje pertencente à Oracle),Epsilon(outra gigante que fornece dados para aplicações de marketing direcionado)e Axciom, talvez a maior empresa americana em coleta e tratamento de dados.Com esse poder de fogo, foi montado o Projeto Alamo, que pode ter direcionado a virada de jogo na campanha de 2016, com a vitória de Trump. Os Republicanos não foram os primeiros(os democratas já haviam tentado algo, via Catalist), mas foram aqueles que cruzaram o poder de fogo do Lookalike do FB(busca por pessoas com hábitos e jeitos semelhantes aos seus amigos/clientes, mas que ainda não são) com o microtargeting. Assim, a campanha de Trump pôde estender seus tentáculos para assuntos considerados normalmente fora da “Overton Windows”, protocolo político contendo uma lista de assuntos considerados “politicamente incorretos” e que não devem ser tratados diretamente em discursos e políticas governamentais (sic).